Conhecida como ‘a moeda do futuro’, o bitcoin tem o poder de transitar anonimamente mundo a fora. Ao contrário de moedas tradicionais, controladas por políticas monetárias, a criptomoeda é livre e sem vínculos com qualquer banco central. Com ela, tudo é possível: comprar imóveis, pagar a conta do restaurante, ou apenas tê-la como um investimento (apesar da volatilidade, a moeda digital teve considerável valorização nos últimos tempos).

Com menos de 10 anos no mercado mundial, o bitcoin é uma moeda digital invisível aos olhos da regulamentação. Na prática, para possuir bitcoins, é preciso criar uma carteira virtual e ficar atento ao site que vai escolher para fazer isso – a fragilidade na segurança de alguns pode sofrer até de hackers.

O passo a passo para a aquisição de bitcoin é simples e rápido. A transação financeira se assemelha as operações feitas na Bolsa de Valores. Corretoras brasileiras oferecem gratuitamente a criação de uma conta (apresentando RG, CPF e comprovante de residência) e, a partir do depósito em reais, é possível comprar e vender bitcoins.

Estas empresas costumam cobrar um percentual por operação efetivada, seja compra ou venda, de menos de 1%. Mas a Receita Federal tributa em 15% os lucros acima de R$ 35mil obtidos através da moeda.

Uma característica bastante peculiar desta moeda é volatilidade. Em janeiro de 2013, por exemplo, 1 BTC (bitcoin) valia cerca de U$13. Em setembro de 2017, o valor subiu para quase U$ 4mil. Mas, a variação mensal também impressiona. Neste mesmo mês de setembro, a moeda já teve uma oscilação de mais de 20%; e no ano, a valorização foi de 270%.

Com um sistema descentralizado e sem intermediação de instituição bancária nas transações, as criptomoedas são emitidas por mineradores que, com computadores superpotentes, resolvem problemas que geram moedas. Estes mineradores são os responsáveis pelas transações virtuais e também ganham dinheiro de acordo com o volume de problemas que conseguem resolver.

De acordo com um relatório do Banco de Compensações Financeiras, uma espécie de centro dos bancos centrais, as criptomoedas podem causar danos aosistema financeiro.

“Em menos de uma década, o bitcoin deixou de ser uma curiosidade obscura e passou a ser um nome familiar. Seu valor subiu de alguns centavos de dólar para mais de US$ 4 mil. Nesse período, centenas de outras ‘criptomoedas’ surgiram, se igualando ao bitcoin em valor de mercado”, classificou a BIS (sigla em inglês).

Para garantir a segurança das transações, que são anônimas e privadas, foi criada uma tecnologia chamada blockchain, que tem sistema aberto ao público e é controlada pelos próprios usuários, para registrar todas as transações eletronicamente criptografadas.

Cada carteira possui um número de identificação. Mas a identidade do dono da carteira nunca é revelada. Este anonimato é também atraente para quem capta recursos financeiros através de atividades ilegais ou ilícitas.