Lançada ontem (20), a nova linha de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal será atualizada pela inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A cerimônia de lançamento ocorreu no Palácio do Planalto, com a participação do presidente Jair Bolsonaro, ministros e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

A linha anunciada nesta terça valerá para imóveis residenciais enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

O banco público listou os aspectos mais relevantes da nova linha de crédito:

  • a taxa mínima será de IPCA + 2,95% ao ano; a taxa máxima será de IPCA + 4,95% ao ano;
  • as taxas valerão para novos contratos;
  • as taxas entrarão em vigor a partir de 26 de agosto;
  • a adesão à nova modalidade será facultativa, ou seja, o cliente poderá optar por aderir ou não ao formato;
  • os contratos terão prazo máximo de 30 anos;
  • o financiamento será de até 80% do valor do imóvel;
  • a parcela vai ser recalculada mensalmente, de acordo com a inflação divulgada pelo IBGE (portanto, a parcela pode variar a cada mês);
  • o consumidor que optar pela modalidade de correção pelo IPCA não poderá alterar o contrato para ter a correção pela Taxa Referencial;
  • o banco disponibilizou R$ 10 bilhões para a nova linha de crédito.

Atualmente, de acordo com a Caixa, a taxa mínima é composta pela Taxa Referencial + 8,5% ao ano; e a taxa máxima, por TR + 9,75%.

Durante o evento no Palácio do Planalto, Pedro Guimarães afirmou que na condição atual a parcela de um imóvel de R$ 300 mil seria superior a R$ 3 mil. Com a nova modalidade, segundo ele, a parcela cairá para cerca de R$ 2 mil.

Expectativas

Para a própria Caixa, a expectativa é que o novo programa de crédito reduza o custo do crédito imobiliário, impulsione o setor e a economia.

Para especialistas, no entanto, empréstimos para a compra da casa própria corrigidos pela inflação são um risco, já que o custo dependerá do IPCA. Se a inflação subir o financiamento também vai subir.

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a correção do IPCA visa dar ao cliente a noção exata do que está investindo e como será cobrado. Para ele, o custo de financiamentos vinculados à Taxa Referencial (definida pelo Banco Central) também tem riscos de aumento.