Começa a valer nesta segunda-feira (10) a redução nas taxas de juros nos financiamentos para compra de imóveis, anunciado pela Caixa Econômica Federal na semana passada. O banco público também anunciou novas possibilidades para renegociar empréstimos em atraso.

Conforme foi informado pela Caixa, para empréstimos concedidos por meio do Sistema Financeiro de Habitação, a taxa passou de TR+8,75% para TR+8,5%, ou seja, queda de 0,25 ponto percentual. As taxas valem para empréstimos assinados a partir de hoje.

Pelo sistema, que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão, a pessoa pode usar o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Para o Sistema Financeiro Imobiliário, utilizado para financiar imóveis acima de R$ 1,5 milhão, a taxa cairá de TR+9,75% para TR+8,5%, redução de 1,25 ponto percentual.

Os empréstimos para clientes sem nenhum tipo de relacionamento com a Caixa, chamada “taxa de balcão”, os juros passam de TR+11% para TR+9,75%.

“Estamos igualando o funding da classe média ou de mais poder aquisitivo. Temos a mesma taxa a partir da mais baixa classe de renda. Isso é vigente a partir do dia 10 de junho”, explicou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

“Nós estamos eliminando as distorções. Como o ministro Paulo Guedes já determinou nós vamos eliminar as distorções que nós podemos. Uma distorção que foi eliminada foi o tratamento diferenciado entre categorias díspares de renda”, acrescentou.

Guimarães afirmou ainda que em três semanas a Caixa vai anunciar a possibilidade de concessão de empréstimos com o índice de inflação, IPCA, como indexador. De acordo com o presidente, a mudança é importante para facilitar a proteção do banco para as operações, pois não há títulos públicos indexados a TR, mas sim pelo IPCA. Além disso, também facilita operações de securitização desses empréstimos.

Renegociação de dívidas
O banco também anunciou novas possibilidades de renegociação de financiamento imobiliário em atraso, sem aumento do prazo do contrato.

De acordo com a Caixa, do total de 5,2 milhões de contratos em vigor, 589 mil (11%) têm algum tipo de atraso e somam R$ 10,1 bilhões. Esses contratos impactam 2,3 milhões de pessoas.

Essas renegociações incluem contratos do Minha Casa Minha Vida e empréstimos nos âmbitos do SFH e SFI.

São 4 situações de renegociação:

  • Empréstimos com atrasos recorrentes pagamento de 1 prestação e incorporando as demais. Contratos nessas condições somam R$ 1,8 bilhão.
  • Pagamento da prestação mais antiga atualizada, incorporar ao saldo devedor as demais parcelas pendentes. Contratos nessas condições somam R$ 4 bilhões.
  • Atrasos superiores a 180 dias poderão ter dispensa de multa e juros moratórios pagando 1 parcela de entrada. Contratos nessas condições somam R$ 900 milhões.
  • Pessoas na iminência de ter o imóvel retomado poderão pagar uma prestação de entrada, renegociar as dívidas em atraso incorporando no saldo devedor e manter seu contrato adimplente. Contratos nessas condições somam R$ 300 milhões.

De acordo com o presidente Pedro Guimarães, as renegociações podem gerar de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão para a Caixa ainda neste ano.