Artigo por Hubert Gebara, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP.

Como em tudo  na vida,  os mais capacitados vão sobreviver e os demais, no devido tempo,  desaparecerão. Parece cruel, mas é um pacote de bondades para todos. Serão beneficiados quem incorpora, quem constrói, reside, compra,  vende  ou aluga imóvel de condomínio, seja este residencial ou comercial.

Pelo fato de serem  ainda um grande aprendizado, os condomínios conduzem o processo de renovação.  Eles surgiram praticamente nos anos 70 e de lá para cá não pararam de evoluir e se adaptar. Esse processo atingiu os condôminos e moradores, que antes habitavam o imóvel autônomo, onde era tudo mais simples.

A passagem do imóvel autônomo para o de condomínio é um salto quântico. O antigo morador tradicional que fazia suas próprias leis passou a dividir com outros essa liberdade, obrigando os demais coadjuvantes   a também evoluírem e isso atingiu o mercado como um todo, incluindo, claro, as administradoras.  .

Elas  estão no centro desse sistema volátil e com a prática adquirida na administração do dia a dia dessas comunidades, há um lugar para elas na engenharia e arquitetura do projeto. Essa participação vai evitar as interferências de sempre e incidir para melhor no custo final da construção.  Vai finalmente  permitir que a vida no condomínio flua com mais facilidade  após a sua instalação.

Os problemas aparecem, em muitos casos, porque a administradoras estão ainda  ausentes da gênese que ocorre na prancheta. Claro, estamos falando também de planejamento, nossa  maior lacuna. Um temporal ocorre e dezenas de árvores caem sobre a rede elétrica da cidade. Ficamos no escuro. A concessionária custa a reparar os danos e alega que a restauração da rede elétrica é complexa. Mas ela própria se esquece de aludir ao plantio aleatório das árvores pela prefeitura, quase todas de grande porte e totalmente inadequadas para o espaço urbano. Onde está a falha?

Planejamento e adaptação são searas que envolvem criatividade e imaginação. Envolvem nosso difícil estado de alerta. Acontece o mesmo na economia, no ensino, na saúde. A rigor, está tudo misturado: onde vemos duas coisas, existe na verdade apenas uma.

E não há dúvida de que os condomínios são a moradia do futuro.