José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sinduscon-SP. (Foto: Divulgação)

O mercado até apresenta sinais positivos de retomada da economia, mas a intensa recessão que tomou conta do cenário nacional nos últimos anos é marcante. Um levantamento feito pela empresa Inteligência Empresarial da Construção (ITC) apontou uma queda de 13% no montante do segmento em quatro anos, o que equivale a US$ 37,6 bilhões.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), José Romeu Ferraz Neto, afirma que o declínio nos investimentos do setor foi motivado por um conjunto de fatores.

“As principais razões da queda dos investimentos neste segmento foram a própria crise política e econômica, acompanhada pela crise fiscal. Isso motivou grande incerteza entre os investidores, em relação aos rumos da economia, e entre as famílias, inseguras com relação à manutenção de sua capacidade de financiar a aquisição de imóveis”.

O presidente conta que muitos dos investidores que haviam adquirido imóvel na planta desfizeram o negócio (o chamado distrato).

“Famílias que também haviam feito o mesmo se viram desempregadas e desfizeram a aquisição. Com isso, construtoras e incorporadoras ficaram com elevado volume de apartamentos em estoque. Para diminuir esse estoque, reduziram o número de lançamentos, e, portanto, adiaram novos investimentos, priorizando as vendas dos imóveis remanescentes”.

“As principais razões da queda foram a própria crise política e econômica”

O futuro presidente do Brasil eleito, segundo José Romeu Ferraz Neto, tem em suas mãos a missão de dar previsibilidade aos investidores, incrementar a atividade econômica e recuperar a capacidade de investimento do Estado.

“Tudo isso resultará em retomada dos investimentos, emprego, renda e, consequentemente, aumento da demanda por imóveis”.

O engenheiro civil destaca que para facilitar o processo de retomada do setor é preciso de renovação no poder legislativo.

“A formulação de uma política econômica voltada a solucionar as questões necessárias precisa ser acompanhada de uma renovação do Congresso, com a eleição de parlamentares sintonizados com essas soluções”, diz José Romeu Ferraz Neto, que também é vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).