Seja no rótulo de um produto na prateleira do supermercado, na missão institucional de uma empresa ou no lembrete em cima do interruptor para apagar a luz ao sair, a palavra sustentabilidade impera. E, diante da necessidade urgente de mudança de comportamento social, os condomínios também vêm aderindo práticas sustentáveis.

Muito mais que a palavra da moda, a sustentabilidade diz respeito ao equilíbrio e à harmonia do ecossistema, respeitando os limites do planeta. Na prática, ser sustentável é fazer uso inteligente dos recursos retirados do meio ambiente.

Viver é condomínio vai além de dividir um espaço coletivo e ter hábitos que interferem também na vida do outro, é um ambiente de interdependência constante e adaptação aos problemas globais.

As crises hídricas e elétricas, por exemplo, acenderam um alerta mundial sobre a necessidade de encontrar soluções para evitar catástrofes e manter o equilíbrio com o meio ambiente.

Para combater o uso indiscriminado e avassalador dos recursos naturais, diversas campanhas apelam para a conscientização coletiva e a massificação da ideia de uso racional da matéria prima. E a primeira mudança é na atitude individual do ser humano.

Acompanhando a movimentação social, a construção civil também investe em imóveis sustentáveis que, como consequência da preocupação ambiental, geram economias progressivas no condomínio.

“Assim como nos demais setores, que já adotam o desenvolvimento sustentável, a construção civil também vem buscando minimizar os impactos ambientais e somar qualidade de vida ao ambiente construído. A nossa construtora já vem utilizando conceitos de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente em outros empreendimentos já concluídos. Mas em 2012, lançamos o Residencial Belle Vue, no qual enfatizamos este conceito, reunindo várias ações sustentáveis em um único empreendimento. O Residencial Belle Vue, entregue em 2016, trouxe diferenciais ecológicos que demonstram nossa preocupação com o meio ambiente, bem como detalhes construtivos que reforçam o nosso respeito aos portadores de necessidades especiais”, afirma João Teixeira, dono da construtora Contrato Engenharia.

Mas, principalmente em momentos de crise econômica, os custos de um empreendimento com soluções sustentáveis podem inviabilizar a construção.

“Inclusive o custo maior da obra ainda é o maior obstáculo para a construção sustentável. Entretanto, esse diferencial no custo vem caindo progressivamente devido ao aumento do número de empresas que se especializaram neste segmento. O que deve ser avaliado, durante o estudo de viabilidade financeira, é o retorno sustentável deste investimento. Por exemplo, em quanto tempo esta diferença de custo se pagará com a redução dos gastos com água, energia e saúde?”, comenta João Teixeira.

Nada impede que condomínios não construídos com as novas tecnologias e especificações possam fazer adaptações estruturais e comportamentais. Em Florianópolis, um condomínio de casas possui um sistema integrado de sustentabilidade – com captação de água da chuva, placas de absorção de energia solar (que geram uma economia de 25% no valor da taxa de condomínio), reciclagem de lixo (que vira compostagem para a horta coletiva do condomínio) e a preservação ambiental de metade do terreno do empreendimento.

“Sustentabilidade foi sempre objetivo para tentar viver da melhor maneira possível, dentro de um ambiente onde eu degradasse menos e proteger mais. A gente trabalha para um futuro melhor, até mesmo para o futuro das novas gerações. O sentido de sustentabilidade trabalha isso”, explica em entrevista o síndico deste condomínio, o empresário Luiz Augusto March.

Sustentabilidade é, principalmente, mudança de atitude.