Estudo mostra que, com a alta, o indicador recuperou as perdas registradas com a greve dos caminhoneiros. Ganhos mais expressivos dependem de novos investimentos em máquinas, equipamentos e inovações.

A produtividade no trabalho da indústria de transformação cresceu 4,2% no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre, na série de dados com ajuste sazonal. Com isso, o setor compensou as perdas de 3,4% registradas no segundo trimestre, por causa da greve dos caminhoneiros. “Com a recuperação, o indicador de produtividade retornou ao nível do fim de 2017”, diz o estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 12 de novembro.

A produtividade no trabalho é resultado da quantidade produzida dividida pelo número de horas trabalhadas na indústria de transformação. No terceiro trimestre, a produção industrial aumentou 2,9% e as horas trabalhadas na produção diminuíram 1,3% frente ao segundo trimestre.

De acordo com a CNI, a perspectiva é que o crescimento da produtividade na indústria neste ano seja inferior ao de 2017, quando o indicador teve um aumento de 4,5%. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em setembro, a produtividade cresceu 2,7% em relação ao período imediatamente anterior, informa o estudo.

A economista da CNI Samantha Cunha lembra que os ganhos de produtividade no ano passado são resultado dos esforços feitos por empresas e trabalhadores para se manterem no mercado durante a crise. “As indústrias fizeram ajustes organizacionais para reduzir desperdícios e evitar máquinas paradas. Aumentos mais expressivos da produtividade daqui para a frente exigem novos investimentos em máquinas, equipamentos e inovações”, afirma Samantha Cunha.

No entanto, os investimentos dependem da recuperação da confiança dos empresários e da melhoria do ambiente de negócios. Para isso, destaca a economista da CNI, o país precisa, entre outras coisas, simplificar o sistema tributário, diminuir a insegurança jurídica e a burocracia.