Com uma retomada no ritmo das entregas, que subiu 18% no primeiro semestre, o mercado imobiliário paranaense dá sinais de recuperação. No entanto, o estoque de Curitiba, capital do estado, nunca esteve tão baixo, segundo a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR). Os dados revelam que há somente 5,5 mil apartamentos disponíveis e uma demanda que gira em torno de 20 mil unidades por ano. Segundo a Ademi, em relação ao ano passado, o número é 24% menor.

Como resultado dessa alta demanda e da pouca oferta, os imóveis devem ficar mais raros e mais caros no Paraná, conforme explicou Leonardo Pisseti, especialista em ações do mercado imobiliário.

“É a regra do mercado. Em algumas regiões da cidade, e para tickets específicos, vão faltar imóveis. A solução pode ser investir nos usados, que estão sendo muito bem comercializados. Os usados são muito utilizados na compra dos novos e é um ciclo. Se a venda do usado trava, a do imóvel novo também”, disse.

Segundo Pisseti, indícios de uma recuperação econômica do País e a baixa da inflação influenciaram na retomada do crescimento do mercado imobiliário paranaense.

“Esta estabilidade deixou o mercado confiante. Os bancos, que estavam seletivos durante a crise, também passaram a permitir uma maior abertura de crédito. Dentro dessa conjuntura, as construtoras passaram a desenvolver novos projetos e retomaram os lançamentos. Por fim, a volta do pleno emprego, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, dá ao consumidor condições de assumir dívida em longo prazo”, afirmou em entrevista à Gazeta do Povo.

O especialista acredita que o momento atual seja a melhor fase para comprar imóveis, tendo em vista que a perspectiva da falta de imóveis ainda não influenciou os preços. Para ele, o ritmo de lançamentos deve crescer ainda mais no segundo semestre de 2019, devido aos empreendimentos que estavam engavetados durante a crise do setor. Mas alerta que o processo de lançamento é lento e deve sofrer um “delay” a partir de 2020.

“A gente fala do imóvel como um produto, mas é importante destacar que ele não entra na “prateleira” do mercado na mesma velocidade. É preciso viabilizar projetos, licenciá-los e só depois apresentá-los para o mercado. O que tudo indica é que vai faltar oferta de imóveis novos na cidade em breve”, analisa.