Um estudo inédito feito em 36 países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE) revelou que o crédito, além de caro, exige muito do empresário. E quem empresta cobra mais para se proteger do risco de não receber de volta o dinheiro.

No Brasil, outro entrave que ganhou destaque e superou a média dos países avaliados são os encargos trabalhistas. As empresas brasileiras chegam a pagar até R$ 320 bilhões a mais do que a média lá fora apenas para contratar e qualificar trabalhadores.

O sistema tributário brasileiro é complexo e a carga é alta para as empresas, gerando informalidade e sonegação. Os empresários gastam, em média, no Brasil, nove vezes mais tempo do que nos demais países apenas para organizar o pagamento de impostos.

A infraestrutura de baixa qualidade também é um problema. Estradas e portos ruins, rede insuficiente de telecomunicações, falta de saneamento. No Brasil, apenas 39% da população tem acesso a serviços de saneamento de qualidade.

O resultado? Um custo extra ao Brasil de R$ 1,5 trilhão, 22% do PIB, o conjunto de todos os bens e serviços que produzimos em um determinado período. Esse valor é pago ao abastecer, comprar um carro, um eletrodoméstico ou financiar um imóvel.

Surpreso com o peso do Custo Brasil, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, destaca que “essa ineficiência da economia faz com que o emprego seja menor e que as pessoas tenham menos acesso a tudo. Sabíamos que ela existia, porém não sabíamos o tamanho, a dimensão que tomou esse número. E hoje ao olhar para ele, é claro que tem que se tomar medidas urgentes a respeito disso”.

 

Painel Urbano com CBIC