O governo federal estuda reduzir sua participação nos subsídios das faixas mais elevadas do programa Minha Casa, Minha Vida de 10% para 3%. A diferença seria reposta por recursos do FGTS (fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

O governo indica que essa seria uma maneira de destravar o programa, que desde o começo do ano enfrenta problemas com contingenciamento e atrasos. Em abril, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, chegou a afirmar que o programa só teria recursos até junho.

Segundo o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-SP), a intenção de reduzir participação direta no programa foi confirmada por Celso Matsuda, secretário da Habitação, e atingiria as faixas 1,5 e 2 do MCMV.

Para o governo, a ideia pode ajudar a ampliar o número de contratações.

Para entrar em vigor, o governo deve oficializar a proposta e aprová-la junto do conselho curador do fundo, que, segundo a Folha de São Paulo, teria sinalizado concordar com a liberação dos recursos adicionais.

Para o vice-presidente do Sinduscon-SP, Ronaldo Cury, a ideia é que a redução seja temporária, até dezembro. O retorno do investimento dependeria de uma melhora na arrecadação.

“Fomos falar com o pessoal do FGTS. Neste ano, não prejudica as contas. Vai comer caixa do fundo nos próximos anos. Lá na frente, se a economia não se recuperar, vai ter menos dinheiro para financiar imóveis. Se a economia se recuperar, o fundo volta a ser irrigado”, disse Cury.

Por meio de nota, o MDR informou que a proposta está em avalização.

“Equipes técnicas da pasta e do Ministério da Economia estão debruçadas em estudos e analisando os impactos da mudança”, afirma a pasta.