A tecnologia é sempre sinônimo de esperança para o desenvolvimento de métodos e processos cada vez mais eficientes e produtivos. Quando uma tecnologia propõe reduzir custos, aumentar a produtividade e evitar desperdício, vira o desejo de todos. E, especialmente na indústria da construção civil, a impressão 3D é a novidade que reúne estas características.

Segura, a impressão em 3D é programada através de uma projeção digital e, a partir de um processo mecânico camada a camada, reproduz o objeto tridimensional.

Todo o processo da construção civil gera custos elevados, desperdício de material e, em muitos casos, também causam impactos ambientais. Para superar estes entraves, diversos pesquisadores no Brasil e no mundo criaram alternativas sustentáveis e habilidosas para oferecer ao mercado.

O baixo custo é a maior vantagem do mecanismo que, tem fácil manuseio e flexibilidade no uso de materiais. Além disso, existe a personalização da produção e a descentralização da fabricação mantendo a economia financeira.

Em países desenvolvidos, como China e Estados Unidos, a impressão 3D é uma realidade e já existem casos concretos de casas construídas em menos de 24 horas.

A empresa chinesa Winsun produz impressoras, ao custo variável de R$ 10 mil a R$ 1 milhão, que imprimem paredes utilizando uma ‘tinta’ especial feita de cimento, areia e fibra.

Em recente palestra no Ceará, o presidente da Winsun, Ma YiHe avaliou o potencial do mercado nacional.

“Eu não conheço tão bem o mercado brasileiro, mas a partir do que pude ver desde que cheguei, aqui existem alguns tipos de materiais até três vezes mais baratos que os nossos, o que deixa o processo inteiro mais barato. As empresas brasileiras poderiam economizar entre 20 e 40%”, disse Ma YiHe.

Sem esquecer a sustentabilidade, a tinta também é composta por resíduos, o que reduz as grandes quantidades de lixo, ruído e poeira e fortalece o uso da tecnologia em favor do meio ambiente.

“O nosso modelo nos proporciona trabalhar com materiais que não geram nenhum tipo de lixo, pois tudo é cuidadosamente planejado e executado com auxílio de computadores”, explica o CEO chinês.

Na Califórnia, pesquisadores de uma universidade criaram a tecnologia “Contour Crafting”, capaz de imprimir casas com argamassa a partir de máquinas quem se movem em trilhos.

Entre as principais características da inovação estão a preocupação com o meio ambiente e com agilidade de produção – o que gera a consequente economia de tempo e mão de obra.

“Tudo é cuidadosamente planejado e executado com auxílio de computadores”

Ma YiHe, presidente da Winsun

Mas há também no mercado as impressoras de peças que, a ao substituir o trabalho humano, produzem em larga escala e com padronização de qualidade.

No solo brasileiro, a ideia ainda é embrionária. Jovens criam startups e buscam patrocínio para aperfeiçoar seus projetos. A graduanda em Engenharia Elétrica Juliana Martinelli fundou a InovaHouse3D, primeira empresa Latino Americana a desenvolver uma impressora 3D para a construção civil, por perceber a necessidade do mercado brasileiro.

“Os problemas enfrentados pela indústria da construção variam de país para país. Ter um projeto desse tipo no Brasil significa ter um projeto que conversa com a indústria, pensa nos trabalhadores e na realidade local. Além de entender melhor o cenário brasileiro, o projeto desenvolvido pela InovaHouse3D tem grande potencial para colocar nosso país como pioneiro na impressão 3D na construção civil”, comenta Juliana.