Os juros estão em constante queda no Brasil. A taxa Selic foi reduzida para 3% ao ano, o menor valor da história, e diversos economistas apontam que ela deve cair ainda mais até o fim do ano. Paralelo a isto, a Caixa Econômica Federal criou uma linha de crédito especial para este momento de pandemia do COVID-19 com carência de seis meses nas parcelas. Criando um cenário totalmente favorável ao investimento em imóveis.

Nos últimos 10 anos,  de acordo com Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), os imóveis tiveram uma valorização média de 9,4% ao ano. É um rendimento 44% maior que o gerado pela Poupança, por exemplo.

Quem investiu em um imóvel há 10 anos, ganhou 15,3% em média ao ano, considerando valorização e renda do aluguel, aponta uma pesquisa da Abrainc. No mesmo período, outras aplicações financeiras tiverem média de rendimento de 9,8% ao ano.

“Dessa forma, os imóveis que já estavam com valores ajustados ao mercado, ou seja, sem ‘gordura’ desde 2018, tendem a manter seus valores atuais de venda e locação, podendo o aluguel render mais que o dobro que os CDBs e Fundos, caso a Selic chegue a 2,25%, o que resultaria no CDI pagando 0,19%, no CDB pagando 0,16% e a poupança rendendo 0,13%, considerando a alíquota de IR de 22,5%”, comenta Kênio de Souza Pereira, advogado e Presidente da Comissão de Direito Imobiliário da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG).

Com características como segurança de valorização, investir em um imóvel é mais atraente para quem não busca os riscos de ativos financeiros variáveis como o investimento em ações no mercado financeiro.

“Sempre vai existir uma demanda por imóveis. Ele é historicamente um dos investimentos mais estáveis. As pessoas vão continuar casando, se separando, mudando de casa e tendo filhos. A demanda é constante”, diz Cyro Naufel, diretor da consultoria de imóveis Lopes.

De acordo com um estudo realizado pelo banco suíço de investimentos Credit Suisse, historicamente, o investimento em imóveis é a melhor forma de proteger o patrimônio em países como o Brasil, com incertezas políticas e instabilidade econômica.

A crise financeira mundial também pode ser um momento de oportunidades. Além da redução da taxa de juros para crédito imobiliário, a Caixa disponibilizou cerca de R$ 154 bilhões direcionados para o mercado imobiliário.

Muitas empresas já disponibilizam todo o processo de venda no formato online para que, mesmo durante o isolamento social, os clientes continuem adquirindo seus produtos imobiliários.

“Antes da crise, o mercado vinha de seis anos de demanda reprimida, e no ano passado a Lopes cresceu 40%, porque nos preparamos para a retomada. Temos ainda uma demanda grande, de um mercado que não foi atendido nos últimos anos. Por isso, acredito que as vendas voltarão rapidamente nos próximos meses”, afirma Mirella Parpinelli, diretora da Lopes.