Diretor de cinema Quentin Tarantino revelou conhecer o histórico de abusos sexuais cometidos pelo poderoso produtor cinematográfico Harvey Weinstein. Os relatos e acusações de abuso sexual, contato indesejado e estupro contra o se multiplicam e desvendam que por mais de 30 anos jovens mulheres (atrizes, modelos, apresentadoras e funcionárias) foram vítimas do empresário.

“Sabia o suficiente para fazer mais do que fiz. Eram mais do que meros rumores ou fofocas. Eu sabia que ele tinha feito algumas dessas coisas”, comentou em entrevista ao New York Times.

Tarantino, que foi relevado por Weinstein, disse ainda que os casos não eram segredos entre os mais próximos ao produtor, mas que tentou minimizá-los. “Qualquer coisa que eu diga agora vai soar como desculpa esfarrapada”.

O magnata de Hollywood, como é conhecido, foi acusado por mais de 25 mulheres de sugerir e insinuar situações constrangedoras em encontros profissionais. Em resposta as acusações, o produtor americano pediu desculpas por seu comportamento no passado.

“Eu cresci nos anos 1960 e 1970, quando todas as regras sobre comportamento e trabalho eram diferentes. Isso era uma cultura na época. Mas aprendi que isso não é uma desculpa, nem no escritório nem fora dele. Para ninguém. Percebi faz algum tempo que eu precisava ser uma pessoa melhor e minhas interações com meus colegas de trabalho mudaram. Sei que a maneira como me comportei no passado causou muita dor, e eu peço sinceras desculpas”, enviou ao New York Times.

A atriz Angelina Jolie também disse ter recebidos propostas do produtor durante as gravações do filme Corações Apaixonados, lançado em 1998, e escolheu não mais trabalhar com ele.

“Tive uma má experiência om Weinstein em minha juventude. Como resultado, optei por nunca mais trabalhar com ele e sempre alerto atrizes quando elas o fazem. Esse comportamento com as mulheres, em qualquer área, é inaceitável”, relatou ao jornal norte-americano.   

A modelo e atriz britânica relatou o que passou em uma rede social. “O diretor deixou a reunião e Harvey me pediu para ficar e conversar com ele. Assim que ficamos sozinhos, ele começou a gabar-se de todas as atrizes com as quais dormiu e como fez suas carreiras e falou sobre outras coisas inapropriadas de natureza sexual”, escreveu a britânica.

Na mesma postagem, Cara também lamentou que o acontecido não fosse algo isolado. “Eu também estava apavorada de que esse tipo de coisa tivesse acontecido com tantas mulheres que conheci, mas ninguém havia dito nada por causa do medo”.

Já a atriz Meryl Streep se pronunciou afirmando desconhecer o comportamento de Harvey, mas elogiou a coragem das mulheres que foram assediadas.

“Uma coisa deve ser explicada. Nem todo mundo sabia. Harvey apoiava esse trabalho com convicção, era chato, mas respeitoso comigo em nosso relacionamento profissional, e com muitas outras com quem ele trabalhou. Eu não sabia sobre essas agressões: eu não sabia sobre seus acordos financeiros com atrizes e colegas; não sabia sobre seus encontros em quartos de hotel, seu banheiro ou outros atos inapropriados e coercitivos. E se todos sabiam, não acredito que os repórteres investigativos e veículos de notícias teriam ignorado por décadas escrever sobre isso. O comportamento é imperdoável, mas o abuso de poder é familiar. Cada voz corajosa que é levantada, ouvida e creditada pela nossa mídia vigilante vai mudar o jogo no final”.

Gwyneth Paltrow, Ashley Judd, Rose McGowan, Heather Graham, Zoe Brock, Asia Argento, Mira Sorvino, Louisette Geiss, Alice Evans e Lupita Nyong’o são algumas das mulheres que relatam e acusam Harvey Weinstein de abuso sexual.