A revista americana “Time” escolheu como personalidade do ano as pessoas que optaram por não mais se calar e denunciaram casos de assédio e abuso sexual. Diferente do que normalmente acontece, o prêmio não foi dado para uma pessoa ou organização específica e sim para o movimento simbolizado pela hashtag #MeToo, que em português significa “Eu também”.

Inicialmente a hashtag foi utilizada por milhares de mulheres nas redes sociais para denunciar casos de abusos que passaram, mas, com o sucesso da campanha, alguns homens também começaram a usar e relatar abusos que sofreram. Por isso, a “Time” premiou todos que fizeram as denúncias, independente do gênero.

A campanha

Lançada pela atriz Alyssa Milano, no Twitter, logo após a revelação de uma série de casos contra o produtor de cinema Harvey Weinstein, a campanha deu início a uma onda de denúncias contra artistas, celebridades e políticos.

A vitória das pessoas que quebraram o silêncio foi anunciada durante o programa ‘Today’, do canal americano NBC. O apresentador da atração, Matt Lauer, foi demitido no fim de novembro depois de várias denúncias contra ele por assédio.

Em editorial assinado pelo editor-chefe, a revista justificou que “por darem voz a segredos, por vencerem a rede de fofocas e chegarem às redes sociais, por forçarem todos nós a parar de aceitar o inaceitável, aquelas que romperam o silêncio são as personalidades do ano”.

Outras personalidades

Ano passado o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha sido o escolhido. Dessa vez, ele ficou em segundo lugar, acompanhado, logo em seguida, pelo líder chinês Xi Jinping, em terceiro.

O quarto lugar foi do Procurador Robert Mueller, que investiga a ligação entre a campanha de Trump e a Rússia na eleição presidencial. Em quinto lugar ficou o ditador norte-coreano Kim Jong-um; em sexto, o jogador de futebol americano Colin Kaepernick, que deu início a uma onda de protestos contra o racismo nos esportes americanos; e em sétimo, a cineasta Patty Jenkins, que dirigiu o filme Mulher Maravilha.