Em abril deste ano a Caixa Econômica Federal anunciou redução dos juros do financiamento para casa própria para operações realizadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Esse foi o primeiro corte desde novembro de 2016. Com a alteração, a taxa mínima cai de 10,25% para 9% ao ano no caso de imóveis enquadrados no SFH (sistema Financeiro de Habitação) e de 11,25% para 10% ao ano para aqueles dentro do SFI (Sistema Financeiro Imobiliário).

Foi preciso menos de uma semana para que surgisse a primeira resposta ao movimento da Caixa. O banco Santander anunciou uma redução na taxa de 9,49% ao ano para 8,99% no SFH, e de 9,99% para 9,49% pela Carteira Hipotecária, sistema semelhante ao SFI. O Bradesco desceu os juros de 9,3% para 8,85% ao ano do SFH, e de 9,7% para 9,3% ao ano no SFI. No Itaú, as taxa continuaram as mesmas, a partir de 9% ao ano para SFH, e 9,5% para SFI.

Os juros baixos para financiamento de imóveis somado aos preços ainda estáveis do mercado de vendas imobiliárias propiciam ao comprador um cenário favorável.

Os lançamentos de imóveis novos cresceram 23,3% nos últimos 12 meses, enquanto as vendas subiram somente 8% no mesmo no mesmo período, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Isso significa que ainda há estoques e oportunidades de negociação.

“Temos um mercado em crescimento, mas ainda bem tímido. A área de vendas vem melhorando devido a retomada dos financiamentos, juros em queda para financiamento e diminuição da rentabilidade nas aplicações. Temos um mercado muito interessante para o comprador, pois os imóveis vêm de uma estabilidade nos valores a tempo”, pontua Charles Bittencurt, Diretor Comercial da Imobiliária Betha Espaço, do Espírito Santo.

As taxas baixas, porém, devem durar pouco tempo. Especialistas apontam que diante das incertezas no cenário político e econômico, o mercado espera que os juros voltem a subir em 2019, o que vai influenciar o mercado imobiliário. Volta da inflação, aumento dos juros nos Estados Unidos, alta do dólar e eleições são fatores que podem levar o Banco Central a subir os juros novamente.

“O mercado vive um momento de retomada. Em algumas regiões como São Paulo já conseguimos ver resultados muito satisfatórios. Em outras regiões essa melhora vem com uma velocidade um pouco reduzida. Acreditamos numa melhora contínua no segundo semestre e bons resultados em 2019”, conta o diretor de Transformação Digital da Brasil Brokers, Guilherme França Blumer.

Especialistas também apontam que os preços dos imóveis devem se manter estáveis até o ano que vem e que há possibilidades de encontrar bons negócios para quem procurar com calma.

Para aproveitar este bom momento para compra no mercado imobiliário é preciso ter se planejado financeiramente, ou seja, é necessário ter junto ao menos o valor da entrada. Os bancos privados exigem 20% do valor do imóvel de entrada, no mínimo, e a Caixa, 30%. Porém, para a parcela do financiamento ser equivalente ao custo mensal do aluguel, é recomendável dar uma entrada de 50%, pelo menos.