O movimento da construção sustentável esteve sempre à espreita, à margem do mercado como uma promessa. No entanto, com o aumento da preocupação das empresas e consumidores com a saúde do planeta, a ideia de reciclar produtos e transformá-los em material para construir deixou de ser via alternativa e se tornou objetivo e sinônimo de oportunidade.

Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), a construção civil brasileira deve crescer em média 2% este ano. Nesse ritmo, novas oportunidades para as chamadas “construções sustentáveis” devem aparecer. Para os especialistas, a adesão é evidente e o mercado tem se adaptado às demandas dos jovens economicamente ativos, que têm uma preocupação mais acentuada no que se refere à preservação do meio ambiente. O que esse público busca são iniciativas que gerem menos resíduos e mais impactos positivos na sociedade e na natureza, além de redução nos custos das empreendimentos.

Mesmo empresas relativamente antigas e estabelecidas, como a Trisoft, por exemplo, querem se adaptar à nova realidade. Com 55 anos no mercado, a empresa investiu pesado e  transformou garrafas PET em produtos autoextinguíveis que, segundo a empresa, possuem certificado de segurança junto aos órgão competentes. A aposta é em revestimentos de paredes e placas acústicas e o objetivo é promover sustentabilidade, a adoção da logística reversa pelo mercado e a despoluição do planeta. De acordo com a Trisoft, cada metro quadrado (m²) dos produtos fabricados por ela atualmente representa de 35 a 250 garrafas PET.

Estima-se que em 2050 os oceanos terão mais plástico do que peixe, segundo dados do Fórum Econômico Mundial de Davos.  relatório apontou para a necessidade e viabilidade de transformar muito desse plástico em produtos e, de acordo com a Green Council Brasil, um projeto de construção sustentável médio é capaz de reduzir em 65% o desperdício.