Taxas de juros mais favoráveis, inflação em baixa, volta da confiança do empresário e um cenário político definido são boas notícias para o setor imobiliário do Distrito Federal que começa a enxergar novos horizontes após um grande período de recessão. A análise é do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi). Além disso, o segmento conta com uma novidade importante para aquecer ainda mais o mercado: o governo do Distrito Federal anunciou que o projeto de dez novos bairros começará a sair do papel. O programa inclui prédios de até dez andares. Dois dos novos bairros são de empreendimentos particulares e devem começar a ser erguidos ainda neste ano, em Sobradinho e no Setor Habitacional Tororó, em Santa Maria.

O presidente do Secovi, Ovídio Maia, observa a necessidade de o Estado fazer um planejamento urbanístico dentro da lei, com planejamento, como foi feito em Águas Claras, por exemplo. Para ele, quando há planejamento, há acessibilidade, escolas, hospitais e segurança. “O Estado tem que planejar, se isso não acontece temos exemplos notórios como Vicente Pires, onde não houve planejamento, mas uma grande quantidade de condomínios irregulares cercados de problemas de infraestrutura”, destaca Ovídio Maia. O sindicato estima que cerca de 60 mil pessoas por ano vêm morar em Brasília. Por isso, segundo a entidade, é necessário criar um adensamento ordenado, com planejamento.

Segundo a entidade, janeiro mostrou um grande número de venda de imóveis usados. O destaque foi para apartamentos de 2 e 3 quartos no Plano Piloto: Asa Sul, Asa Norte e Sudoeste. “Tivemos uma quantidade grande de pessoas vindo morar em Brasília no começo do ano. Novos deputados, assessores, ministros e suas equipes, o que acabou movimentando o mercado imobiliário, mais precisamente a área central da capital”, diz Ovídio Maia.  Ainda que exista um desemprego alto no País, o sindicato acredita que 2019 será um ano melhor para o segmento.

De acordo com dados da instituição, no primeiro mês do ano de 2019, o segmento já teve um recuo de 3,17% no número de unidades ofertadas, em relação ao mês de dezembro. Ou seja, o consumidor está comprando mais. “O empresário está mais confiante, a mudança de governo trouxe uma expectativa maior, além de o consumidor estar mais disposto a gastar”, explica Ovídio. “A taxa Selic permanece estável e a economia tem mostrado sinais de recuperação. O Brasil tem uma economia pujante e está mostrando um crescimento gradual. Assim, as pessoas conseguem voltar a investir e planejar, pois elas vêem que o momento é propício”, completa.

Apesar do bom momento, somente a partir do final do primeiro trimestre do ano que o setor poderá, de fato, mensurar os números de vendas. Segundo estatísticas da entidade, a cada um imóvel novo comercializado, quatro imóveis usados são vendidos. “Isso acontece porque o volume de imóveis novos é muito menor do que o de usados. Na Asa Sul e na Asa Norte, por exemplo, quase não existe lançamento, até porque não temos mais terrenos para construir”, ressalta. “Para se ter uma ideia, nos últimos quatro anos, tivemos apenas um lançamento na Asa Sul, na 312 Sul. Hoje, o maior volume de ofertas de apartamentos novos está no Noroeste, que é um bairro novo”, resume o presidente do Secovi.