A economia sentiu o impacto da pandemia do COVID-19. O isolamento social limitou o consumo e o mercado ‘esfriou’. Muitos setores fecharam o ano de 2020 no negativo. Mas a construção civil tem motivos para comemorar. Apesar da crise sanitária, o segmento continuou aquecido e terminou positivo em muitos estados brasileiros.

Em Alagoas, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas (Sinduscon-AL), o crescimento foi de 4% na venda de imóveis, se comparado com 2019.

Já na cidade de São Paulo, o ano de 2020 tende a repetir o ano anterior. Segundo dados preliminares do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), a capital paulista deve manter a média de 50 mil unidades residenciais vendidas.

“Em um mercado ideal, poderíamos produzir 80 mil unidades por ano em São Paulo”, comenta o presidente do Secovi-SP, Basílio Jafet.

A pandemia do COVID-19 desestabilizou a economia e a saída para muitas empresas foi a demissão. Resultado, as pesquisas mais recentes do IBGE apontam que o índice de desemprego está acima dos 14%. Ponto negativo para o mercado imobiliário. Afinal, boa parte das vendas são financiadas.

“O desemprego é uma questão que as empresas do setor sempre acompanham de perto, e é crucial que ele seja reduzido para termos um crescimento sustentável do setor. É um fator altamente desestimulante. O mercado imobiliário como um todo caiu de 2014 a 2017 muito porque o desemprego subiu”, lembra Jafet.

Muitos lançamentos foram interrompidos por conta da situação atípica. Alguns projetos, inclusive, sofrerão modificações para se adaptar as novas necessidades do mercado consumidor. Mas, em 2021, a expectativa é de que a procura por imóveis na planta aumente.

Novo ano

“Estamos esperando que em 2021 essa procura se faça muito forte, principalmente nos padrões de classe A. Muitos projetos que estão guardados serão lançados também para movimentar esse setor econômico. Já que no momento você não tem onde investir dinheiro no mercado financeiro com um resultado atraente, o mercado imobiliário promove essa segurança”, frisa o empresário Nilo Zampieri. 

Mas, com o início da vacinação no país, a expectativa do setor é de forte retomada. Muitos potenciais compradores terão a tranquilidade de investir ao passo que o Brasil toma providências concretas para estancar a doença.

“Quando olharmos para trás, 2020 vai ser aquele ano em que os dois primeiros meses apontavam que o ano seria excelente e o mercado financiado de média e alta renda entrava em uma fase muito positiva. Até que veio a pandemia, caímos e nos recuperamos. O fato de já vislumbrarmos a vacina é o principal indicativo de que uma retomada sustentável do mercado é possível”, disse Luiz França, presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc).