A pandemia da Covid-19 mudou a forma das pessoas enxergarem e mundo e trouxe com ela diversas mudanças de comportamento. Algumas práticas viraram tendência entre as pessoas, como cozinhar, acompanhar reality shows, comprar on-line, entre outras. Quando se fala em atividade física, um esporte chamou atenção e virou a ‘febre’ do momento. É o Beach Tennis.

Criado em 1987 na província de Ravennana, na Itália, o esporte une o tênis tradicional, vôlei de praia e badminton. Ao longo dos anos, as regras e práticas vêm se modificando. No Brasil, a modalidade chegou em 2008, no Rio de Janeiro. De lá para cá, a prática está se espalhando por todo o país em outras cidades litorâneas e, também, em cidades não praianas.

Mesmo sendo um esporte novo no Brasil, o Beach Tennis já trouxe muitas medalhas para o país em competições importantes. Em 2008, ficamos em terceiro lugar no Campeonato Mundial em Ravenna. Na Copa das Nações em Aruba, em 2010, o primeiro lugar foi nosso. O Brasil também foi campeão no mundial por equipes, em 2013, campeão mundiais na Cervia (Itália), em 2016, campeão Sul-Americano, no ano de 2014, e campeão Pan-Americano em 2014, 2015, 2016 e 2017. As informações são da Confederação Brasileira de Tênis, entidade que regula o esporte no país.

Febre do momento

Devido a facilidade com que as pessoas aprendem a jogar o Beach Tennis, além de ser um esporte divertido, ele se tornou um sucesso no Brasil. Também, em razão dos meses em isolamento social, muita gente está buscando alternativas de atividades físicas para cuidar da saúde e o Beach Tennis despontou como uma das principais opções do momento.

Renan Kayan, de Maceió, é coach de Beach Tennis certificado pela Confederação Brasileira de Tênis. Ele atribui a ‘febre’ que o esporte se tornou a diversos fatores. “Primeiro, o fato de ser um esporte totalmente social e democrático. O ambiente das arenas é super agradável e familiar. Todos podem jogar e se divertir, de crianças aos avós, é um esporte que não tem idade”, diz Renan.

Ele destaca, ainda, o fato de ser um esporte que, na maioria das vezes, é praticado ao ar livre, gerando uma sensação prazerosa. “Além dos benefícios físicos aos praticantes, como a alta queima calórica e fortalecimento muscular. Também é um jogo que ensina a tomar decisões de forma rápida”, salienta.

Renan Kayan, coach de Beach Tennis.

O comerciante Sílvio Macêdo está praticando o Beach Tennis há 3 meses. Como toda atividade que vira febre, com ele não foi diferente e a motivação inicial veio dos amigos que praticavam o esporte e sempre incentivaram e convidaram ele a participar.

“A partir do momento que fiz a aula experimental, veio outra motivação: a dinâmica do jogo e a inclusão social, pois é um esporte que não tem distinção de idade ou sexo, por exemplo. Todos podem jogar, seja por hobby ou de forma profissional”, fala Sílvio.

O comerciante conta que puxou a família para participar com ele do esporte. “Estão jogando a minha namorada, cunhada, mãe e irmã. Em casa, todos estão apaixonados pelo Beach Tennis. Realmente é muito bom, principalmente para mim, que há oito anos não praticava atividade física. Está sendo ótimo conciliar um exercício com algo que me traz prazer”, afirma.

Precursores em Alagoas

Leleco conheceu o Beach Tennis em 2010, fazendo pesquisas na internet, quando ninguém conhecia o esporte ainda em Alagoas. “Como joguei vôlei de praia e futevôlei por muito tempo, vi que era um esporte que tinha tudo a ver comigo. Na época, achei um fornecedor que me vendeu um kit completo para Beach Tennis. Montei uma quadra na Barra de São Miguel e foi aí que começou minha relação com esse esporte”, conta.

Hoje, Leleco é uma referência quando se fala em Beach Tennis em Alagoas. Ele possui uma loja de materiais para o esporte e está sempre envolvido em ações e eventos que promovem a prática. Mas, nem sempre foi fácil. “No início, passei por aquela fase de tentar difundir o esporte. Eu montava a rede e esperava alguém jogar, muitas vezes sozinho”, fala.

Mas, deu certo. Ele comenta que o Beach Tennis já vinha crescendo ano após ano, mas não da maneira que foi durante a pandemia. “As pessoas precisavam de uma área de lazer que não tivesse muita gente e de um esporte em que se mantivesse uma distância segura. Muita gente foi experimentando em praias e condomínios, o que levou ao ‘boom’ do esporte”, afirma Leleco.

Para o praticante do esporte, os gestores de municípios e estados poderiam incentivar a prática ao Beach Tennis criando locais públicos para os jogos.

“Em Alagoas, temos uma particularidade, que é o alto nível dos praticantes. Vamos para torneios em outros estados com muitos atletas. De dois anos para cá, estamos com muita gente que eu vejo que tem um grande potencial”, destaca Leleco.

Eurico Cahú, atleta e professor de Beach Tennis.

Um dos primeiros atletas a se dedicar ao Beach Tennis em Alagoas e que hoje é um dos principais nomes do esporte no estado é Eurico Cahú, que começou a jogar em 2013. “Tenho o histórico do tênis, que comecei a praticar com quatro anos. Joguei juvenil, profissional e dei aula por muitos anos, mas migrei para o Beach Tennis em 2013. Me apaixonei pelo esporte e segui esse caminho. Foi uma migração transformadora na minha vida em vários aspectos”, afirma.

Cahú comenta o nível dos atletas alagoanos. “Alagoas está em um patamar altíssimo em relação aos outros estados. Estamos no foco do cenário. No próximo ano, torneios que já acontecem no Brasil podem ser realizados aqui no nosso estado. É uma honra e um orgulho saber que o Beach Tennis está crescendo de forma desenfreada. Atrair novos praticantes é garantir transformação na vida das pessoas, pois trata-se de um esporte transformador”, destaca.

Para Eurico, a prática do Beach Tennis é muito agradável, pois é um esporte familiar, um esporte divertido e democrático. Segundo o atleta, a informalidade também é um diferencial, com o pé na areia, música e muita energia positiva. “Acredito que a maior parte dessa febre é devido ao fato de que todo mundo consegue jogar, é fácil de aprender, é um jogo gostoso e abrange vários aspectos no âmbito da saúde, como condicionamento físico e alívio de estresse”, fala.

“É um jogo muito dinâmico, que trabalha tanto o aspecto físico quanto o mental, afinal, depois de um tempo o jogador começa a se desenvolver em um nível mais tático e estratégico do jogo”, diz Eurico.

Por fim, ele conta que é um grande orgulho ver o patamar que o Beach Tennis atingiu no Brasil e no mundo todo. “Espero que esse esporte cresça cada vez mais. A tendência é essa, evoluir e crescer cada vez mais. Estou muito orgulhoso de fazer e ter feito parte da história do Beach Tennis, como um dos pioneiros em Alagoas e no Brasil”, afirma o atleta e professor de Beach Tennis Eurico Cahú.

Lançamentos imobiliários equipados

As incorporadoras estão cada dia mais bem-informadas a respeito das tendências de estilo de vida, com o objetivo de tornar os residenciais em ambientes completos para se viver. Existem os exemplos mais tradicionais, como as academias e playgrounds de condomínio. Mas, enxergando o crescimento do Beach Tennis, alguns prédios já estão construindo quadras para esse esporte.

É o caso do luxuoso empreendimento Palazzi Orizzonte, um quatro suites à beira mar que está sendo lançado pela Zampieri Incorporações, em Maceió, dentro de um condomínio fechado de casas de alto padrão, no Alto de Jacarecica. Com a proposta de elevar o conceito de moradia vertical com traços da moradia horizontal, este projeto chama atenção pela forma intimista que foi desenvolvido. A incorpoadora transformará uma quadra de tênis em duas de Beach Tennis.

Projeto de quadra de Beach Tennis do empreendimento Palazzi Orizzonte, da Zampieri Incorporações.

“Nossa proposta com este empreendimento foi inovar e proporcionar qualidade de vida aos futuros moradores. Todas as unidades são de frente para o mar, com total privacidade dos ambientes, o que já eleva o nível do Palazzi Orizzonte. Não podemos fechar os olhos para a febre que o Beach Tennis se tornou nos últimos meses, principalmente porque estamos falando de Maceió, uma cidade que abraçou este esporte e conta com muitos praticantes, inclusive eu”, afirma Nilo Zampieri Jr., diretor da Zampieri Incorporações.

De acordo com Nilo, a ideia é que as famílias que praticam o Beach Tennis consigam fazer isso no conforto e segurança do seu espaço de residência. Com a quadra adequada para a prática no condomínio, os moradores que não jogam ou não conhecem o esporte também podem se envolver. “Isso gera comodidade, qualidade de vida, incentivo à prática de atividade física e inclusão da família em um esporte que não tem idade”, finaliza o diretor da Zampieri Incorporações, Nilo Zampieri Jr.