A febre reumática é uma doença inflamatória e autoimune, mais comum em crianças e adolescentes em idade escolar, caracterizada por uma reação a uma infecção de garganta causada pela bactéria Streptococcus. A patologia compromete a saúde orofaríngea e pode causar danos à saúde da pele, articulações, cérebro e até coração.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que no país são registrados cerca de 30 mil casos anuais, sendo a doença responsável por um terço das cirurgias cardiovasculares no Brasil. Algumas das principais manifestações clínicas da febre reumática são as dores nas articulações, principalmente nos joelhos, cotovelos e tornozelos, fadiga, febre, gânglios aumentados e problemas no coração.

O cirurgião cardiovascular do Sistema Hapvida Maceió, José da Silva Leitão, alerta para as principais manifestações clínicas da doença e reforça a importância do diagnóstico precoce, que pode gerar sequelas cardíacas graves podendo, inclusive, levar à morte.

“A cardite reumática, por exemplo, leva à inflamação aguda do músculo do coração, podendo desencadear um quadro de insuficiência cardíaca grave. Além disso, também é capaz de comprometer as válvulas cardíacas, sendo necessário, em alguns casos, a realização de procedimento cirúrgico para corrigir as sequelas”, explica o médico.

O cirurgião cardiovascular afirmando ainda que a doença ocorre em surtos e que é fundamental atuar na prevenção. “Casos frequentes de amigdalites e faringites, por exemplo, devem ser observados com atenção”.

Tratamento

De acordo com José da Silva Leitão, nem todas as crianças com infecções na garganta desenvolverão a febre reumática durante a vida. “Apesar de ser grave, a patologia tem cura e, se o tratamento for realizado adequadamente, as chances de sucesso são enormes”, complementa o especialista.

Se diagnosticada, o tratamento da febre reumática é feito com penicilina. “A substância tem como objetivo eliminar a bactéria que causa a doença, impedindo o desenvolvimento de possíveis reações imunológicas que podem afetar as válvulas cardíacas. Lembrando que interromper o tratamento pode causar danos irreversíveis ao coração, finaliza.