Conforto, segurança praticidade, conservação, economia e sustentabilidade são algumas das características do gás canalizado é uma tendência entre os condomínios. Mas é preciso também ficar atento aos cuidados de manutenção das instalações para evitar riscos.

Instalado em vários imóveis para uso residencial, o gás natural é versátil e pode ser utilizado para vários fins residenciais além da cozinha. Dentre as possibilidades de uso, as mais comuns são aquecimento de água de chuveiros e torneiras de banheiro e em piscinas e saunas.

Sem a preocupação de pela falta repentina do gás no meio da preparação do almoço, por exemplo, o gás canalizado oferece fornecimento contínuo 24h por dia, tem custo variável de acordo com o uso e cada usuário paga posteriormente apenas pelo gás consumido.

Na Algás, distribuidora de gás natural em Alagoas, o preço do m³ tem variação progressiva, ou seja, quanto maior o consumo, menor o valor do m³ a ser pago. Mas, existe um consumo mínimo de 10m³ mensais.

Já o preço da instalação do sistema varia de acordo com diversos fatores – projeto, material utilizado, quantidade de unidades, área construída. E, apesar de ser mais comum em prédios, também é possível ser instalado em condomínios de casas. “Com um prévio estudo e elaboração de projeto voltado para essa finalidade”, explica David Gusmão, engenheiro de produção e gás.

Em Maceió, de acordo com a estatal, mais de 40 mil unidades residenciais já fazem a utilização esta opção. Porém, para ter fornecimento de gás natural, é preciso que a construção esteja na área de abrangência da rede de gás natural da Algás.

Outro fator positivo é a falta de necessidade de armazenamento e lugar apropriado para o botijão ou cilindro de gás. O gás natural encanado também é mais seguro, pois, por ser mais leve que o ar, tem dispersão mais rápida – evitando o acúmulo de gás no ambiente e minimizando as possibilidades de inalação excessiva da substância.

Para o major Roberto Vanderley, da Superintendência de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros de Alagoas, o gás natural é mais estável. “Por ser um gás de baixa pressão e ter um sistema com tubulação de cobre, o gás canalizado ajuda a diminuir os riscos de incêndios”, explica o oficial.

Entre as vantagens, a eliminação de espaço para armazenamento do botijão ou cilindro. Assim, além de otimizar o uso da área, extingue o risco de acidente no manuseio de botijão e evita a circulação de pessoas estranhas ao condomínio.

O uso do gás canalizado, às vezes, é mais caro que o gás GLP, famoso ‘gás de cozinha’, mas, além de mais seguro, ainda é possível obter aproveitamento total, pois, ao contrário do botijão, o gás natural não deixa resíduos.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em sua NR 15.526, regulamenta que o projeto de rede e a execução da distribuição interna de gases devem ser feitos por profissional responsável, com registro no respectivo órgão de classe, acompanhado da devida ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). E o estado de Alagoas também criou um decreto (nº 1.224) para regularizar o fornecimento do gás canalizado com o objetivo de garantir a prestação do serviço com qualidade e segurança.

“Dentro do projeto de segurança contra incêndio dos edifícios é exigida também a ART da instalação do gás natural e o laudo do teste de estanqueidade. Quando o Corpo de Bombeiros faz a vistoria, é observado a ART e o laudo e inspecionada o sistema de gás e avaliar a instalação”, comenta o major.

A manutenção preventiva é uma aliada na hora de evitar possíveis acidentes. Ao fazer vistorias com frequência, moradores e condomínio podem perceber pequenos problemas que, se não forem contornados, podem trazer sérios riscos ao prédio.

“É importante que haja sempre um canal de ventilação, por meio de janelas e portas sempre abertas. Além disso, recomenda-se que a manutenção dos equipamentos domésticos que usam o gás seja feita com periodicidade, para garantir o seu pleno funcionamento”, orienta o gerente de Marketing e Comunicação da Algás, Felipe Guimarães.

De acordo com o engenheiro de produção e gás, em uma rede canalizada o ideal é que anualmente se faça um teste de estanqueidade para verificar se a algum tipo de vazamento. “O teste é feito com ar comprimido com uma pressão de 1,5 vezes a pressão usada na rede e com reaperto de válvulas e peças conectadas a rede. Já a substituição de mangueiras e válvulas deve ser feita no tempo indicado pelo fabricante. Outra orientação é, ao viajar, fechar a válvulas de bloqueio que há em cada apartamento. E o principal, a qualquer indício de vazamento, procurar empresas capacitada e apta para manutenção ou reparos”, alerta David Gusmão.

Outra dica importante é procurar os profissionais adequados para a instalação do sistema de gás. A inexistência de ventilação é um erro comum na hora de instalar o sistema e bastante perigoso, pois o equipamento necessita de ventilação adequada para funcionar corretamente e sem riscos.

“Em caso de vazamento de gás natural deve-se abrir janelas e portas e fechar o registro do gás que fica ou na portaria ou em cada andar do prédio e ligar para a Algás ou para o Corpo de Bombeiros. Se o gás ficar preso em ambiente confinado, da mesma forma que ocorre com o GLP, no caso de centelha ou faísca, o gás preso naquele ambiente pode explodir, portanto cuidado. O cheiro do gás natural é igual ao do GLP”, orienta o major.

Além dos riscos de explosão, é importante ficar atento ao funcionamento perfeito do sistema de gás canalizado. Quando funcionando em condições defeituosas, o gás natural libera como principal resíduo o monóxido de carbono, substância tóxica que, se inalada em excesso, pode causa problemas à saúde.

“Em caso de vazamento de gás natural deve-se abrir janelas e portas e fechar o registro do gás que fica ou na portaria ou em cada andar do prédio e ligar para a Algás ou para o Corpo de Bombeiros”

Roberto Vanderley, major do Corpo de Bombeiros de Alagoas

E, em caso de incidentes e danos, o Código Civil, no artigo 1.331, determina que é de responsabilidade coletiva a rede geral de distribuição de gás nas partes comuns do condomínio; e individual a responsabilidade em cada unidade imobiliária.