Moradores do Condomínio United Home & Work, em que o humorista Eddy Júnior foi vítima de racismo por uma vizinha, fizeram um protesto na manhã desta quarta-feira (19) pedindo a saída da agressora e de sua família do prédio, que fica na Zona Oeste de São Paulo.

Com cartazes que diziam “#ForaRacista”, os vizinhos narraram que as agressões de Elisabeth Morrone contra moradores do prédio são corriqueiras e que eles estão preocupados também com a própria segurança, após o filho da agressora bater na porta do humorista fazendo ameaças com uma faca em punho.

A empresária Janaína Tozzi, que é vizinha de porta do humorista, mora no edifício há quatro anos e narrou à TV Globo que o rapaz nunca deu festas no apartamento. Ela contou que por vezes Elisabeth foi fazer reclamações sobre barulho vindo no apartamento do músico, mas ele nem estava em casa.

“Eu fico em casa todos os dias, porque trabalho em casa e tenho duas crianças. O Eddy nunca deu uma festa. Estou me sentindo extremamente acuada e ameaçada com a presença desses dois vizinhos aqui dentro. Eles vão com faca e garrafas no meu andar e fazem ameaças. Temos gravações. Algumas vezes em que ela foi lá reclamar, o Eddy nem estava em casa”, declarou.

Janaína contou que há relatos no prédio de que o filho da agressora, que aparece com a faca ameaçando Eddy Júnior de morte, tem feito também ameaças a crianças do edifício.

“Já ouvi falar [aqui no prédio] que o filho dela ameaça as crianças, acua as crianças porque não gosta delas. Ele amedronta as crianças. São relatos de antes de o Eddy vir morar aqui. O Eddy mora sozinho com uma cachorra e nem a cachorra dele late. Eu e os meus filhos incomodamos mais ele do que ele a gente”, disse a empresária.

Por ser vizinha de porta, Janaína disse que testemunhou a maioria das agressões de Elisabeth Morrone contra o humorista e afirmou que se trata de um caso de “puro racismo”.

“Todos os fatos eu presenciei. Só não esse último, porque eu estava hospitalizada, quando ela chamou ele de macaco. Dói na minha pele branca ouvir isso. Vocês não podem se acostumar com isso, gente. Isso não é normal. É racismo puro”, disse ela emocionada.

O que diz o condomínio

O advogado do Condomínio United Home & Work, Diego Basse, afirmou que a agressora será multada em dez vezes o valor do condomínio mensal do prédio.

“O Código Civil prevê no artigo 1.337 que o condômino antissocial que cometer atos reiterados de incompatibilidade de convivência social poderá ser multado sumariamente. Nós já estamos aplicando essa multa, e uma assembleia extraordinária será convocada para ratificar essa multa e deliberar sobre outras providências”, afirmou.

“O valor do condomínio é de R$ 700 a R$ 800 por unidade. Então, nós vamos ter uma penalidade ali de aproximadamente R$ 7 mil a R$ 8 mil”, completou.

Diego Basse também afirmou que o condomínio vai sugerir na assembleia uma medida judicial de abstenção de novos atos e agressões por parte de Elisabeth Morrone. Caso as agressões voltem a acontecer, a medida judicial pode evoluir para a expulsão dela do edifício.

Fonte: G1