A impermeabilização de sofás em condomínios não é um procedimento simples como imaginamos. Diferente do processo de higienização, o uso de produtos e equipamentos são mais complexos e precisam de muita atenção, já que não há níveis seguros para a aplicação dos produtos inflamáveis nesse tipo de serviço.

Durante o processo, um gás de cheiro forte é liberado para o apartamento. Ou seja, se o acúmulo for muito grande e a ventilação deficitária, pode causar uma tragédia. A explosão de um apartamento no último sábado, 29, em Curitiba, durante o serviço de impermeabilização, provocou a morte de uma criança e outras três pessoas ficaram gravemente feridas.

Todo cuidado é pouco

É importante que o ambiente deva estar amplamente arejado e que os moradores não utilizem nada que possa provocar chamas. Não se deve utilizar micro-ondas, nem usar interruptor de luz ou fogão.

Além disso, o protocolo de segurança precisa ser seguido, com o produto inflamável certificado pela Anvisa, bem como verificar se o CNPJ é certificado para trabalhar. Após finalizado o serviço, o aconselhamento é esperar aproximadamente 15 minutos para usar a casa normalmente.

Os síndicos deveriam proibir esse tipo de serviço dentro dos apartamentos?

Em entrevista à Tribuna do Paraná, a proprietária de uma empresa de impermeabilização, Josiane Menegusso, disse que as pessoas criam uma negatividade em relação ao serviço, mas o trabalho realizado com seriedade, utilizando os devidos equipamentos de proteção, pode ser feito tranquilamente em casas, inclusive com a presença dos moradores.

Já para o major Eduardo Pinheiro, do Corpo de Bombeiros de Curitiba, os síndicos deveriam proibir a impermeabilização em residências e prédios. “Não há níveis seguros para esse serviço, não somente com casos que já aconteceram no Paraná, mas em outros lugares do país. A recomendação de ventilar o ambiente, deixar a janela, não é suficiente para evitar que aconteça uma tragédia”, disse à reportagem.

No caso de edifícios a preocupação se torna maior porque o risco de um acidente pode atingir mais pessoas do que quem vive no imóvel. Em entrevista ao Meio Dia Paraná, a advogada do Secovi-PR, salientou que os síndicos devem estar atentos a situação, exigir que os equipamentos sejam apresentados. Além disso, como se trata de produto químico, cabe ao síndico cobrar uma autorização de algum órgão responsável.