A proposta vencedora do concurso realizado para selecionar o projeto arquitetônico do Museu Marítimo do Brasil foi divulgada no início desta semana pela Marinha. A equipe ganhadora é de São Paulo, liderada pelo arquiteto Rodrigo Quintella Messina.

O Museu Marítimo do Brasil será construído no Espaço Cultural da Marinha, na zona portuária do Rio de Janeiro, próximo à Praça XV. Ele será voltado para promover o conhecimento sobre a história marítima que está intrinsecamente ligada à formação do país. A estrutura contará também com um auditório, um restaurante e uma cafeteria.

“O projeto apresenta uma composição formal simples e, ao mesmo tempo, potente. Ao longo do pier, o edifício que contém exposições e acervos é horizontal, permitindo a visada para a baía. Em terra, o edifício de acesso e atividades educativas coloca-se atento às proporções dos edifícios do entorno”, diz o documento com o resultado, que registra ainda recomendações do júri para a fase de aperfeiçoamento do projeto.

Ao anunciar o concurso, em junho, a Marinha afirmou que o museu tinha, como uma de suas finalidades conceituais, o respeito ao mar e aos rios como instâncias culturais, simbólicas e míticas, na convergência de uma sociedade marítima brasileira que carrega diversas origens. Também informou que a inovação das propostas apresentadas seria levada em conta. O projeto escolhido deveria reafirmar a excelência da arquitetura contemporânea brasileira.

Ao todo, foram recebidos 110 trabalhos. A avaliação foi feita por cinco jurados. “Temos nesse júri um corpo muito completo como está nos estatutos de concursos de projeto no Brasil. Temos indicações do próprio IAB-RJ, que são tiradas de um corpo de jurados eleito a cada três anos, e do promotor do concurso, nesse caso a Marinha, que indica dois nomes”, explicou Igor de Vetyemy, presidente do IAB-RJ.

A organização do concurso contou com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A equipe vencedora receberá R$50 mil. Outros dois trabalhos foram premiados. Em segundo lugar, ficou a proposta apresentada por uma equipe de Brasília, sob a coordenação do arquiteto Nonato Veloso. Ela receberá R$30 mil. Já a terceira posição, que fará jus a uma quantia de R$20 mil, foi ocupada por outro projeto enviado de São Paulo, este liderado por Álvaro Puntoni.

“É bom ver que o instrumento mais democrático para construir nossas cidades, que é o concurso público de projetos, cumpre tão bem sua função. Cento e dez equipes enormes trabalharam, questionando a maneira como a arquitetura é feita até hoje, pensando como evoluir, pensando como propor questões tão importantes como, nesse caso específico, a reconexão da cidade com o mar”, avalia Igor de Vetyemy, presidente do IAB-RJ.