De acordo com dados levantados pelo Portal AECweb e pelo Sienge Comunidade, 77% dos profissionais da construção civil apontaram o preconceito como o maior obstáculo enfrentado pela população feminina no setor. A pesquisa “Mulheres na Construção Civil: evolução e protagonismo” foi realizada em parceria com o Ecossistema Tecnológico da Softplan para a Indústria da Construção.

O levantamento, realizado entre os dias 20 de fevereiro e 6 de março, teve como objetivo principal o mapeamento dos principais desafios e oportunidades relacionados ao protagonismo feminino no segmento. O projeto contou com 619 entrevistados atuantes da categoria, em sua maioria, mulheres que ocupavam a posição de coordenadoras ou gerentes, seguido de sócias-proprietárias. Questões como a representatividade feminina em cargos de liderança e a falta de inclusão também foram temas abordados pela consulta.

Para 67% dos profissionais da área, conseguir uma posição de destaque sendo mulher é uma tarefa mais complexa. O preconceito, o ambiente machista, poucas lideranças femininas como referência, networking dominado por homens e a falta de creches e apoio à maternidade são os principais fatores limitantes para a ascensão e estabilização feminina no setor da construção civil. Questões como o assédio moral e o assédio sexual, denunciadas por 15,5% dos entrevistados, também fazem parte das adversidades enfrentadas pelas mulheres no ambiente de trabalho.

O material de pesquisa focou também no progresso obtido nos últimos anos pela representatividade feminina. Para 73% dos entrevistados, as mulheres têm conquistado mais espaço em posições de liderança na construção civil.

Segundo o Portal AECweb, a pesquisa adotou uma abordagem simplificada, com dados não estratificados. Foi utilizado para o cálculo amostral o número de funcionários segundo dados do IBGE (2021). A ideia é que esse levantamento sirva como ponto de partida para futuras investigações mais aprofundadas.