A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) de setembro, que registrou aumentou 1,16% em relação ao mês anterior. O índice, que foi criado para medir a evolução dos custos de construções habitacionais, acumula alta de 4,87% nos primeiros nove meses de 2020 e 5,32% em 12 meses.

“O centro da meta inflacionária para 2020 é de 4%, o que reforça o quanto o aumento do custo com materiais foi expressivo em setembro”, ressalta a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

O custo com materiais e equipamentos apresentou elevação de 3,08%, a maior desde dezembro de 2002 (3,63%), ou seja, dos últimos 18 anos.

Já o custo com a mão de obra, medido em setembro, ficou estável.

De acordo com a economista, mesmo com a evolução do mercado da construção civil durante a pandemia do COVID-19, a alta dos preços dos materiais pode afetar a performance do setor.

“Cabe destacar que a Construção manteve suas atividades, mesmo durante o auge da pandemia provocada pelo novo coronavírus, contribuindo para a geração de emprego e renda na economia. A criação de mais de 50 mil novas vagas com carteira assinada em agosto, conforme os dados do Caged, divulgados pelo Ministério da Economia é um exemplo disso. Desta forma, têm ajudado o País a se recuperar da expressiva queda sofrida no segundo trimestre. Entretanto, os aumentos expressivos dos materiais podem prejudicar o andamento das obras e, consequentemente, o desempenho do setor”, comentou Ieda Vasconcelos.

O cimento, por exemplo, de janeiro a setembro, teve a alta de 19,95%. Já o tijolo, acumula elevação de 14,14% nos primeiros nove meses
do ano.

O INCC é um indicativo mensal calculado pela FGV que mensura materiais e equipamentos, serviços e mão-de-obra para apurar a evolução dos custos no setor da construção, um dos termômetros do nível de atividade da economia.