A energia solar já é realidade no Brasil. Mesmo durante a pandemia
do COVID-19, o crescimento dos pequenos sistemas de energia solar foi de
45% nos últimos seis meses, de acordo com Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar). Já os projetos residenciais, são responsáveis por sete em cada 10 instalações de painéis solares.

“A transição energética veio para ficar e vamos investir em projetos que sejam economicamente atrativos. O Brasil foi definido como um país-chave no mercado de novas energias pela companhia”, afirmou o presidente da Shell Brasil, André Araujo.

Desde 2012, segundo o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, o segmento fotovoltaico brasileiro já gerou mais de 180 mil vagas de emprego.

“Apenas nos primeiros cinco meses de 2020, o mercado criou mais de 37.000 postos de trabalho, mesmo em meio à crise econômica e sanitária da covid-19”, disse Sauaia.

Tida como alternativa renovável e sustentável, a tecnologia usa a luz do sol para transformar em energia elétrica. Favorecido pelo clima predominantemente tropical, o Brasil é um país favorável geração de energias ‘limpas’, ou seja, que não causam danos ao meio ambiente.

“Um país tropical com muito sol e muita luz é extremamente importante para tornar eficiente a produção energia. Uma outra vantagem é termos um litoral muito longo. Somos um país muito privilegiado e estas opções de geração de energia [eólica e solar] podem dar suporte ao crescimento do país”, comentou Vivaldo José Breternitz, professor e doutor em Ciências.

Economia

O principal atrativo da fonte de energia solar ainda é a economia financeira. A depender do sistema instalado, o consumo com a energia elétrica fornecida pela companhia energética do estado pode ser zero.

Ainda assim, o consumidor tem obrigação de pagar a taxa mínima de consumo, conhecida como ‘custo de disponibilidade’. Por exemplo, em uma unidade consumidora residencial de padrão monofásico, a taxa mínima é de 30kWh. Em Alagoas, o custo desta taxa é de R$10,26 (equivalente a R$0,34kWh). Em Minas Gerais, o consumidor residencial vai desembolsar quase o dobro, R$19,32 (saindo o kWh por R$0,64).

A Aneel, na Resolução Normativa 517, regulariza o sistema de compensação de energia elétrica – definindo como o ‘sistema no qual a energia ativa injetada por unidade consumidora com microgeração distribuída ou minigeração distribuída é cedida, por meio de empréstimo gratuito, à distribuidora local e posteriormente compensada com o consumo de energia elétrica ativa dessa mesma unidade consumidora ou de outra unidade consumidora de mesma titularidade da unidade consumidora onde os créditos foram gerados’.

Na prática, o brasileiro tem o direito de gerar sua própria energia elétrica e, como incentivo a diversificação de matriz energética, o governo federal proporciona o benefício financeiro de desconto da energia criada na conta de energia.

Para ter este tipo de energia, é fundamental contratar uma empresa especializada que vai prestar todo o serviço de instalação do sistema de energia fotovoltaica.

A partir daí, painéis solares captam a luz solar e convertem em energia elétrica para uso em residências, empresas e indústrias. Na hora de escolher a energia solar, é preciso ficar atento a alguns pontos. O local de instalação dos painéis faz toda a diferença, por isso é tão importante ter uma equipe técnica competente para realizar o serviço. Outro ponto que define o tamanho do sistema é o seu consumo de kWh.

O consumidor precisa saber que é preciso fazer manutenção do sistema. Anualmente, de forma simples e econômica, as placas devem ser limpas com um pano úmido. Já o inversor solar, deve ser trocado no período de cinco e dez anos de uso, vai depender das condições.

Investimento

O custo do investimento em energia fotovoltaica residencial pode variar de R$15mil a R$50mil.

“Para consumidores que têm uma conta de luz de R$ 300, por exemplo, o valor dos equipamentos e da instalação deve ficar em torno dos R$ 15 mil. Já para uma demanda de R$ 1 mil em energia, o sistema deve custar mais de R$ 40 mil”, explica Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar.

O executivo também ressalta que a compensação do sistema é inversamente proporcional. Ou seja, quanto maior a conta de energia paga a distribuidora, mais rápido o retorno do investimento feito.

“O investimento inicial é maior, mas a economia de energia acaba retornando o investimento mais rápido. Com consumo de energia abaixo de R$ 300 não há tanto benefício. Quanto maior a escala, mais rentável é o investimento, disse Meyer.

Apesar da questão financeira, existem vários outros benefícios para o uso da fonte renovável e infinita – geração sustentável de eletricidade com baixo impacto ambiental; alívio na demanda elétrica diurna; atração de investidores estrangeiros.