Em agosto, o endividamento entre os maceioenses chegou a 68,8%, sendo o maior percentual de endividamento dos últimos 11 meses, perdendo somente para agosto de 2020. Só nos últimos quatro meses, 30 mil maceioenses contraíram algum tipo de dívida. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Na comparação com julho, o aumento foi de 3%, o que representa um acrescimo de pouco mais de 10 mil pessoas em números absolutos, saindo de 198 mil para 208 mil endividados.

O principal gerador de dívidas segue sendo o cartão de crédito, que foi utilizado por 97,8% das famílias na aquisição de bens e serviços. Outras modalidades de endividamento são o carnê, cheque especial, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e prestação de casa.

De acordo com o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, todos os indicadores de endividamento (total de endividados, endividados com contas em atraso e os que não têm condições de pagar) estão crescendo de forma sustentada nos últimos quatro meses, aproximando-se cada vez mais dos patamares do mesmo período do ano passado, quando o nível de endividamento foi considerado crítico.

“Sem dúvida, uma das possíveis causas do aumento contínuo do endividamento das famílias maceioenses é o cenário econômico de crise visto na economia nacional. Este cenário torna o endividamento inevitável para o consumo de bens essenciais, como os custos residenciais de água e energia elétrica, afetando, principalmente, a população de renda mais baixa”, avalia Hortencio, completando que a análise da pesquisa indica que o cartão de crédito pode estar sendo utilizado para pagar despesas básicas, não se restringido ao consumo de bens duráveis, como usualmente acontece.