Parece que o mercado imobiliário não sentiu os impactos provocados pela pandemia do COVID-19. E foi durante este momento atípico que o brasileiro demostrou ainda mais interesse em comprar um novo imóvel.

Dados da pesquisa FipeZap apontam que o isolamento social criou novas necessidades e também afetou o comportamento dos consumidores.

Além disto, a queda na taxas de juros tornou o financiamento mais barato e atrativo para os futuros compradores de imóveis. O crédito que em 2016 tinha taxa de juros de 15,6% ao ano, em 2020 ficou bem mais barato, com 7,6% ao ano.

Outro ponto que motivou às vendas foi a possibilidade de, mesmo depois da quarentena, continuar o trabalho em home office.

Como resultado, a lei da oferta e da procura fez o preço do imóvel residencial crescer acima da inflação, principalmente em Belo Horizonte, são Paulo, Curitiba e Salvador. Sinal de aquecimento o mercado imobiliário. Já no Recife e em Fortaleza, o preço médio do metro quadrado caiu 3,49% e 6,27%, respectivamente – nos últimos 12 meses.

Mesmo com todo este movimento positivo do mercado nacional, ainda não e possível cravar o futuro do setor.

“Os preços continuarão a subir? Depende. Depende de como sairemos da pandemia economicamente, se o país terá sustentabilidade fiscal, se controlará o processo inflacionário e se evoluirá a agenda de reformas. Se for assim, devemos observar aquecimento mais prolongado dos preços até a oferta se ajustar”, comentou Danilo Igliori, economista-chefe do Grupo Zap.

o perfil

A pesquisa trouxe também uma tendência clara: o brasileiro quer comprar imóvel. Seis a cada 10 acreditam que este é o melhor momento para efetivar a transação imobiliária.

A geração X (de 37 a 56 anos) é quem mas demonstra interesse em comprar um imóvel agora. 56% deles manifestaram a intenção.

Cerca de 36% dos entrevistados com renda superior a 10 salários mínimos tendem a comprar.

Outro dado apontado na pesquisa é que 42% estão em home office.

Quando questionadas sobre as condições atuais de moradia, 42% respondeu que vive em imóvel própria e quitado. Ou seja, existe não apenas o desejo de realizar o sonho da casa própria, como também ter imóveis na carteira de investimentos.

Ainda assim, 92% dos entrevistados querem um imóvel com a finalidade de moradia. E, a maioria deles, 75% sinalizaram por comprar um imóvel usado.

Os bons preços e os juros baixos são os principais motivos para comprar um novo imóvel, diz a pesquisa. Já as razões variam mais: estrutura física (espaço), localização, oportunidade financeira e momento de vida (casamento, divórcio, novo filho, por exemplo).