Mesmo com o efeito negativo na economia causado pela pandemia do COVID-19, o mercado imobiliário é um ponto fora da curva e deve permanecer aquecido em 2021.

Uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica apontou que a tendência do setor é continuar crescente. 41% das pessoas entrevistas têm intenção de comprar um imóvel nos próximos dois anos. Percentual semelhante ao registrado antes da pandemia, que foi de 43%.

Além do mais, 10% destas pessoas já estão na busca ativa pelo bem. Ou seja, estão visitando imóveis, imobiliárias, stands de vendas.

E tem mais, com o financiamento imobiliário como principal forma de aquisição do imóvel, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo oferecem mais de 120 bilhões de reais em crédito para imóveis novos. O montante é 57% maior que em 2019.

“Não há dúvidas de que grande parte do sucesso de 2020 está atrelado com dois fatores: crédito imobiliário e a taxa de juros baixa. Eles estão impulsionando o mercado e irão continuar fazendo isso, pois nenhum analista, hoje, acredita em taxas acima de 3,5% no final do ano. Os juros devem subir este ano, mas ainda irão continuar absurdamente baixos”, disse à imprensa Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain.

Casa própria

O déficit habitacional brasileiro faz do sonho da casa própria a locomotiva do mercado imobiliário. E esta tendência segue em 2021. De acordo com o levantamento feito pela Brain, 78% dos entrevistados buscam o primeiro imóvel.

“A compra da primeira moradia vai continuar acontecendo. Não apenas pelo FGTS, mas no próprio SBPE, pelas famílias de classe média que, hoje, moram de aluguel ou que estão se casando, formando uma nova família”, comentou Marcos Kahtalian, também sócio-diretor da Brain.

Mas o mercado comercial não passou despercebido. 16% deles demonstraram vontade de comprar um imóvel comercial.

E, para Kahtalian, mesmo enfrentando um momento mundialmente delicado, 2021 não trará tantas surpresas, pois o mundo já caminha com o conhecimento que antes não tinha para lidar com a doença e os traumas econômicos e sanitários.

“O mercado está controlado. É evidente que isso não elimina as preocupações macroeconômicas, de [manutenção de] empregos etc. Mas se entendermos que o juro é a peça fundamental do mercado imobiliário, mesmo fazendo uma previsão de incremento dele, dada a intenção de compra que é elevada pelas necessidades percebidas, teremos um ano auspicioso”, aponta Kahtalian.